Nota em memória à democracia universitária

Neste 24 de março de 2021, completa um ano da nomeação, pelo presidente da República, do segundo colocado na lista tríplice para exercer o cargo de Reitor da Ufes.

Essa data marca uma ruptura histórica com a democracia universitária, pois a professora Ethel Leonor Noia Maciel havia sido escolhida em consulta a comunidade e também escolhida em Sessão Conjunta dos Conselhos Superiores da Ufes como a primeira da lísta tríplice enviada ao Governo Federal, e contrariando a tradição de se nomear a primeira colocada na lista, o presidente fez a escolha desconsiderando o processo democrático.

Ethel seria a primeira mulher a ocupar o cargo de Reitora da Ufes desde sua fundação. Nossa instituição sexagenária, ainda carrega em sua história a expressão do machismo presente em nossa sociedade, na qual as mulheres sempre são preteridas dos cargos de poder. Ao que parece, na Reitoria da Ufes, não podia ser diferente.

Valorosamente, a professora Ethel voltou às suas funções ordinárias de professora e pesquisadora e tem se tornado uma referência nacional na luta contra a pandemia da Covid-19. Temos muito orgulho do trabalho que essa colega desempenha com tamanha competência e humildade, mesmo após uma quebra de expectativa tão grave.

Enquanto Direção de Centro, composta por duas mulheres, nós não poderíamos deixar passar em branco essa data e registrar à comunidade de nosso Centro e nossa Universidade que a defesa da democracia e autonomia universitária devem seguir guiando a nossa atuação enquanto profissionais, gestores e membros desta Instituição que pertence ao povo capixaba e ao povo brasileiro.